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Cine Debate "O Despertar do Amor"


Este foi nosso primeiro Debate e tivemos como tema "O Despertar do Amor". Foi exibido o curta Bastille, do filme "Paris, te amo", que contém dezoito curtas, filmados por diferentes diretores para cada distrito de Paris. Um filme que aborda o Amor, em suas infinitas formas. Para falar de Amor, é imprescindível que falemos sobre Perdas, afinal os dois caminham juntos nas relações. O amor implica o desejo relacionado à falta.

Depois de muitos estudos e preparações, o primeiro debate de um projeto sonhado a três,

E lá estávamos nós três, abrindo as portas da A Casa Frida, na véspera da primavera.

Após a exibição do curta, o debate foi iniciado com o que despertou em cada participante: remorso, amor, fantasias, cuidado, responsabilidades, dor, culpa, reparação, depressão...

"e comportando-se como um homem apaixonado, ele converteu-se em um homem apaixonado" relata o narrador do filme. Que tipo de relação o personagem estabeleceu? Erotismo, paixão, fetiche, amor materno, amor incondicional. Diversas formas de amar. O que une as pessoas em uma relação?

O que faz com que as pessoas se deprimam? Quando perdemos alguém que amamos, que dor é essa que sentimos? As perdas nos colocam diretamente em contato com a impossibilidade de completude que tanto desejamos.

Diferentes opiniões e impressões foram levantadas. Conflito de gerações, conceitos, vivências. Um rico debate.

O que definiria o luto patológico? Freud descreve que no luto normal a perda é consciente, o que diferenciaria do luto patológico onde a perda é radicalmente inconsciente. Ou seja, sabe-se quem perdeu, mas não se sabe o que foi perdido com o desaparecimento da pessoa amada.

Traição, doença, egoísmo, ódio, compaixão, amor. Ele era um bom homem? Existe esse tipo de diferença entre os gêneros? O que teria feito uma mulher em seu lugar? Foram questões levantas pelos participantes. A psicanálise nos traz contribuições muito importante sobre a ambivalência das relações. Somos todos constituídos de ódio e amor, e é somente aceitando a nossa, e a ambivalência do outro, que podemos abrir uma caminho pra elaboração de uma perda.

Finalizamos o debate com o poema do Pablo Neruda que relacionamos com a história do curta. O protagonista, após a perda da esposa, entra em uma depressão que nunca mais se livrou e parecia buscar seu olhar em todos os casacos vermelhos que encontrava vestido em outras mulheres. Que olhar seria esse que ele tanto buscava? Seria o olhar de ser tudo para o outro? Poder completar todas as faltas? Isso seria possível em uma relação? O que vemos no outro são as projeções de nossas fantasias e de nós mesmos.

Foram apenas cinco minutos de filme, mas que pôde suscitar infinitas reflexões. A Casa Frida acredita que abrir espaços para se falar daquilo que foi perdido, e da angustia causada, seja uma possível maneira de ressignificar os inúmeros lutos que atravessamos durante a vida. Que seja o primeiro, de muitos debates que estão por vir!

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