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A Transitoriedade

Com a chegada do final do ano, nos chamou atenção a demanda que tivemos para grupos terapêuticos e atendimentos. Pensando na marca do término de um ano, a difícil travessia que as finalizações propõem, sobre a passagem do tempo e a impermanência. Esse último Café Debate do ano, foi dedicado para levantar essas questões e atuar como um possível dispositivo de compartilhamento e diminuição da angústia deste período.

Tivemos um formato diferente, com poucas pessoas e no consultório. Esse formato em nossa opinião, foi ótimo. A palavra circulou de forma livre propiciando trocas importantes em que o respeito pelo outro e o cuidado em ouvir e dividir impressões se prevaleceu em um ambiente seguro e acolhedor.

Nos debruçamos no texto de 1916 chamado "A transitoriedade", em que Sigmund Freud cita uma conversa que teve com um amigo poeta caminhando em um lindo jardim. O poeta demonstrava revolta frente a beleza da natureza, visto que ela iria terminar. Como se o belo perdesse seu valor perante a finitude. Freud vai na contramão desse pensamento dizendo que justamente por ter fim é que as coisas se tornam mais valiosas. Um texto poético em que Freud mesmo passando pela guerra, acredita na reconstrução e na potência do amor apesar das destruições.

No final apresentamos um vídeo com belas imagens para refletir um pouco mais sobre as considerações de Freud que neste texto traz o luto como um enigma, "um desses fenômenos que, embora não se esclareçam em si, remetem a outras obscuridades".

Propomos uma reflexão sobre o luto da "morte" de 2018 para o "nascimento" de 2019.

Nostalgia pelo ano que chega ao fim e esperança de um novo ano em que o amor faça novas conexões.

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