“ Felisberto é um escritor que não se parece com nenhum outro: com nenhum europeu, nem latino-americano, desafia toda classificação ou rótulo, mas que se mostra inconfundível ao abrirmos qualquer uma de suas páginas “ Italo Calvino Felisberto Hernández nos conduz através do perfume de suas magnólias nas dores e dissabores da passagem da infância à adolescência. O que se perde, o que se ganha ? Que lutos fazemos nestas passagens ? Como abrigamos nossas vivências infantis? Como ressoa internamente o infantil, que nos acompanha durante toda a vida?
Ler o conto O Cavalo Perdido, do escritor e pianista uruguaio Felisberto Hernandez é fazer a difícil travessia da infância para a adolescência, enfrentando os lutos vividos no processo de amadurecimento. Sua poética condensa sonho e erotismo em um tempo nada cronológico. Inevitável mencionar a sensorialidade das magnólias, das quais quase sentimos o aroma neste universo fantástico em que os móveis fecham as pernas e coram de vergonha.
E as pessoas abrem suas portas e gavetas para derrubar seu conteúdo na gente.