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"Viva la Vida" de Frida Kahlo - 1954


"Viva la Vida" (1954) - Frida Kahlo

Esta obra de Frida Kahlo foi criada em uma época em que sua saúde estava deteriorada, e finalizada mais ou menos oito dias antes de sua morte, 13 de julho de 1954 com 47 anos.


Algumas possíveis reflexões sobre seu contexto pessoal e artístico seria o motivo desta obra ser especialmente importante pois apesar do momento difícil, ela representa um tributo pela Vida,“ Viva la Vida” assim como a artista a nomeou. Nela está presente seu estilo simbólico e característico de trazer ambiguidades inerentes da vida.


Em uma natureza-morta com suculentas melancias, fruta predileta dos mexicanos, inteiras e cortadas, o fundo dividido ao meio com tons de azul mais escuro e claros, além dos tons vermelhos vibrantes e intensos nos remetem ao sangue. Vida e morte se entrelaçam de maneira singular. Para haver vida, é necessário o sangue. Assim como o sangue que se esvai, traz a finitude.


Frida vivenciou vários momentos difíceis de luto e perdas , da ordem do traumático.

Estes que muitas vezes nos lançam a angústias que impedem os pensamentos, o inominável.


Como ela construiu um tecido simbólico que a ajudou a elaborar seus lutos?


Freud fala em seu texto “ Sobre a transitoriedade “ que a beleza está também naquilo que é efêmero, e que muitas perdas podem aumentar a ligação libidinal com o que restou.


Parece que esta obra transmite algo sobre essa ligação de Frida com o belo do momento, e sua energia pulsante contínua com a vida. Apesar de retratar principalmente o tema das perdas, da faltas e da incompletude, traz a possibilidade de estabelecer novas ligações.


Será que é uma das saídas para reconstrução desses vazios causados pelo trauma?


Quem sabe o maior legado de Frida seja “ Viva um dia de cada vez” e aproveite o belo instante que sua breve fatia doce de melancia pode te proporcionar.


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